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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Livro conta saga de 4.000 anos da galinha, da selva à globalização


Como uma ave selvagem arisca e de difícil trato foi retirada da selva no sul da Ásia, domesticada, e se espalhou por 4.000 anos até tomar o planeta inteiro? Essa é a pergunta que o jornalista Andrew Lawler ataca no livro "Why did the chicken cross the World?" (Por que a galinha atravessou o mundo?).

É estranho pensar que, apesar de a ave ter hoje uma população de 20 bilhões –graças às granjas de confinamento maciço –, questões sobre sua origem sejam tão difíceis de se responder.

Cientistas não sabem como era exatamente o galo que originou os frangos domésticos, mostra Lawler. Populações selvagens já estão tão "contaminadas" com genes de galinhas domésticas que mesmo estudos de DNA não dão respostas precisas sobre a origem desse animal.

A chave para tal, curiosamente, pode não estar mais na Ásia. As herdeiras mais "puras" da ave selvagem são hoje descendentes de galos-vermelhos que o ecólogo Gardiner Bump importou de Burma para os EUA na década de 1950 e foram mantidas isoladas de galinhas domésticas.



Mesmo com a história natural do animal ainda obscura, Lawler mostra como a galinha tem sido útil para estudar arqueologia. Seu DNA vem sendo usado, por exemplo, para investigar a colonização das ilhas do Pacífico.

O primeiro frango exportado em direção ao Ocidente provavelmente saiu do vale do rio Indo, há quatro milênios, mas ninguém sabe se este povo foi o primeiro a domesticar a ave, nem o único.

Lawler, que rodou o mundo para escrever o livro, explora também a história cultural da relação dos homens com esse animal. Sem julgar ninguém, mesclou-se a grupos tão distintos quanto apostadores de rinha de galo e ativistas de direito animal.

O livro não traz uma resposta fácil para a questão do título, mas é eficaz em mostrar o quanto o frango revela sobre a história humana.

Notícia retirada da folha de São Paulo.

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